Gastronomia é comer olhando pro céu.
Millôr Fernandes
Reconhecido mundialmente como um dos maiores gênios da humanidade, o renascentista Leonardo da Vinci – criador da famosa Mona Lisa – era um homem que, na mesa, também estava anos à frente de seu tempo. São muitos os atributos dados ao mestre da Vinci, que nasceu em uma pequena aldeia de Anchiano, na província italiana de Florença. Aos poucos, mostrou seu talento artístico, com excepcional habilidade na geometria, na música e na expressão artística. Pintor, escultor, cientista, arquiteto, engenheiro, entre outros dotes, Leonardo foi o talento mais versátil da Itália durante o Renascimento. Porém, ele tinha um lado menos conhecido, mas igualmente interessante: além de ser um apaixonado pela gastronomia, era um excelente cozinheiro de banquetes. Ele inventou utensílios domésticos e deu dicas sobre ingredientes da cozinha e suas propriedades medicinais. Todos os detalhes estão registrados nos livros “Apontamentos de Cozinha”, da Editora Atenas e “Os Cadernos de Cozinha”, da Editora Record – ambos de sua autoria. Essa passagem de Leonardo pela gastronomia foi significativa. Foi ele quem nos deixou alguns artefatos considerados básicos e essenciais na área, como os guardanapos e as tampas de panelas. Ele privilegiava os legumes e as verduras por acreditar se tratarem de alimentos mais leves e saudáveis, numa época em que poucas pessoas pareciam se importar com a relação entre alimentação e saúde.Outro feito de Leonardo na área gastronômica foi trabalhar como mestre de cerimônias para os banquetes do poderoso Ludovico Sforza, governante da poderosa cidade de Milão. E para quem quiser desfrutar um pouco mais dos conhecimentos deste grande mestre, veja abaixo duas receitas, em trechos diferentes do livro, que Da Vinci escreveu. Elas não parecem nada apetitosas, mas com certeza são fundamentadas em princípios de um dos grandes nomes da nossa história mundial.
Sopa de Folhas de Nabo: Há quem afirme que as folhas de nabo e repolho, em qualquer de suas formas, são comida apropriada apenas para aqueles de forte compleição (lavradores, carregadores de pedras, açougueiros) e que os inválidos, bibliotecários, pessoas pequenas ou de digestão delicada deveriam manter-se afastados deles. Eu, por outro lado, afirmo que as folhas de nabo e os repolhos tornam forte uma digestão fraca, por causa da propriedade de suas folhas, as quais já vi reviver uma vaca moribunda e alegrar uma vaca doente. Aqueles que creem na primeira dessas teorias devem provar a sopa. Devem-se fazer molhos com as folhas de nabo e os repolhos e amarrá-los com crina de cavalo. Em seguida, mergulhe-os em água fervente e sal e deixe-os ali por uma hora. O líquido obtido pode ser um prato leve para a Quaresma.
Pudim de Mosquito Branco: Moa amêndoas descascadas e, sem pele, junto com um pouco de flores de sabugueiro e passe tudo pela peneira. Cozinhe lentamente por meia hora, junte peito de capão cozido com um pouco de mel e moa tudo. Regue a mistura com água de rosas e sirva de imediato. Este prato é de digestão muito lenta e não aconselhável para aqueles que têm a Peste e para aqueles que querem saber por que tem este nome, questão à qual não posso responder.
Fonte de Pesquisa:
http://www.germer.com.br/?p=4390
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